Indolência
 
Lentamente sorvo café quente
Que no canto da boca passa para o outro
Enquanto levanto o pé
Perco-me em uma manchete
Igual com a de ontem
Ou talvez antes de ontem
Parecida até com aquela que não botei fé.
 
A coberta aberta me liberta
Dormir até fingir dormir
Para convencer meu Superego
Não perturbar meu ID
Que é um livro aberto
Pronto para encher de versos
O meu EU em seu complexo dever de ser complexo.
 
Lentamente me viro
Em uma lentidão tão lenta que vem e vai em vão
Na cabeceira um livro
Que me livra da obrigação
Quando diferentes entram e acreditam que ali está
Algo que faz
Justificar o tempo que não tenho tempo para o seu tempo.
Antonio C Almeida
Enviado por Antonio C Almeida em 23/08/2009
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