Ciranda - Uma balada das sombras
Me vai e volta o hábito de ser criança,
como uma tarde que se esvai
brincando de andar nas sombras,
destemido dos erros, pois ainda estou vivo
descobrindo os segredos do mundo,
andando perdido,
em desalinho com o tempo.
Sempre inventando um motivo crucial,
apreciando o prazer mais nocivo,
como um traidor traído
mata e enterra seus melhores amigos.
um amante agressivo que nas nebulosas noites
satisfaz os desejos, deixando em chamas
todo corpo que já não tenha vida...
toda alma que já não tenha esperança...
Como uma tarde que se esvai,
me vai e volta o hábito de ser criança.