Veneno
Sendo lágrima, que sou....
Quero escorrer na tua face, e morrer nos teus lábios.
Incontido, pois por mais que faça, jamais poderá impedir-me de sair...
Sendo corpo agora já envenenado, pela tua ferroada fatal,
Sei que não me resta muito tempo, nem muitas alucinações
Antes que isso tudo passe, então...sei que és mortal...
Mas ao invés de lamentar-me, pelo futuro incerto...
Quero deleitar-me com este torpor que me causa
Que sentir ao máximo o teu néctar, fluindo em mim...
Sorver os teus beijos com meus lábios febris por conta do teu veneno
As flechas que antes eu usava, voltaram-se para mim,
Embebidas de um veneno de escorpião perigoso
E ao se cravarem em meu peito, ao invés de dor... senti prazer.
Meus membros se contraíram de desejo...
Com olhar agitado, percorri os espaços buscando algo que nem sei...
Minhas mãos sedentas de um toque, se buscavam e impacientes gesticulavam no ar.
A respiração ofegante, indicava que em mim algo mudara...
Nada em mim indicava romance ou languidez...
Mas meus poros transpiravam voluptuosidade,
Uma ânsia inebriante de sentir o "roçar íntimo" do escorpião pelo meu corpo...