ENTREGA
Se de sonhos e bocas somos feitos.
Que fazer, se não fizermos tudo?
Se empolga-me tua mão,
Agita-me teu peito,
E tua carne macia insistentemente
Grita alto aos meus ouvidos.
Então...já não será suficiente
Teu parco abrigo
É melhor se entregar.
Quando a saliva e a música
Soam mais que simples calmantes
E teus olhos descarados
Desmentem o que dizes.
É melhor desistir,
Pois a fera avança!
Diga apenas: Vem...abraça-me.
Demoradamente, sem fim...