Não precisa acreditar...

Contaram uma história

Que eu não quis acreditar

Mas, vou conta La

Mesmo assim

Porque a achei legal

Não precisa acreditar

Só precisa ler.

Um dia desses

Eu vinha vindo

Pela Paulista

Com passos lentos

Sem pressa de chegar

Mas chegando sempre

Pois, que anda.

Sempre chega

Em algum lugar

Quando.

Não mais que de repente

Vi um pivete

Fazendo malabarismo

No farol com três bolas de tênis

Parou de jogar as bolas

Para o alto

Encostou-se à janela

De um BMW

E gentilmente perguntou

-Tio, posso fazer.

Um número de mágica

Pro senhor?

O motorista do BMW

Disse:

Primeiro, não sou seu tio.

Segundo não gosto de mágica.

Terceiro, desencosta do meu carro.

Pra não sujar!

O Pivete nem piscou

E falou pro motorista

Ai, Otário,

Passa o relógio

O celular, a carteira.

Os anéis o brinco

O cordão

E tudo rapidinho

Se fizer um movimento em falso

Descarrego o cano

E fez o motorista ver a pistola

Nem tente fechar a janela blindada

Te apago e ninguém me pega

E então vai ficar mais leve

Ou quer virar presunto

Bater as botas

Comer capim pela raiz?

O motorista entregou tudo

Que o pivete queria estava branco

Que nem papel sulfite

Ai o pivete agradeceu

Obrigado otário

Eu só queria fazer mágica

E você me obriga a roubar

Vai e nem olha pra trás

O farol abriu

Atravessei a rua

E fui à luta

ABittar

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