POEMA DA EXISTÊNCIA

Sou por acaso quem penso?

Questiono-me sem saber

De tudo o que fui propenso

Dei-me conta nada ser.

No amor fui desalinho;

Quando dele achei eu ter

A certeza do meu ninho

Quis-me eu não merecer.

Onde estão os erros tantos

Que se fazem tão fatais?

O que causam os desencantos

Que o leva a não querer mais?

Mudo em cada recomeço

Por temer em repetir

Mas no tempo eu me esqueço

Volto ao filme assistir.

Sou assim tão imprudente

Nessa existência venal?

Sou eu um ser que a mim mente

E acredita ser normal?

Mas eu existo! - ou não?

Já não sei, talvez um pouco!

É-me tanta solidão

E por razão, quase louco.

Resta-me a poesia nua

Única nudez exposta!

Que às vezes também recua

Sem me dar uma resposta.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 29/07/2009
Reeditado em 06/08/2009
Código do texto: T1726195