POEMA DA EXISTÊNCIA
Sou por acaso quem penso?
Questiono-me sem saber
De tudo o que fui propenso
Dei-me conta nada ser.
No amor fui desalinho;
Quando dele achei eu ter
A certeza do meu ninho
Quis-me eu não merecer.
Onde estão os erros tantos
Que se fazem tão fatais?
O que causam os desencantos
Que o leva a não querer mais?
Mudo em cada recomeço
Por temer em repetir
Mas no tempo eu me esqueço
Volto ao filme assistir.
Sou assim tão imprudente
Nessa existência venal?
Sou eu um ser que a mim mente
E acredita ser normal?
Mas eu existo! - ou não?
Já não sei, talvez um pouco!
É-me tanta solidão
E por razão, quase louco.
Resta-me a poesia nua
Única nudez exposta!
Que às vezes também recua
Sem me dar uma resposta.