de rosas, sangue e vinho tinto
ela hoje recebeu flores.
como botar tinta no céu e tentar acreditar.
em algo, em alguém, ou quem sabe no mundo.
como crer na beleza que há no vermelho manchado da rosa.
mesmo quando se faz chuva.
e quem sabe pintar seus olhos de veneno raso.
porque superfícies escorrem de seu rosto e não é preciso esperar.
que o tempo ou o vento tragam.
nem certezas nem saudades.
as margens, as horas disso que nem mesmo se pode dizer que é.
silêncio
porque toda ela. serena desse inverno que lhe jaz na face.
inscrição de silêncio e máscaras.
avessos de si.
a hora voltada no tempo a esvaziar-se de si mesma.
e mesmo o sangue por vezes tem tez acinzentada.