ANTES DA RAZÃO...
Transpus uma avenida sem fim,
Ultrapassei um país sem rumo,
Ignorei um passado sem calor.
Mas vislumbrei resquícios de amor.
O agora já era sem tempo.
O tempo já era sem hora.
Tudo acontecia agora.
Era um sonho do passado
Que havia resgatado.
Por isso voei nas asas da noite.
Abandonei meu último refúgio.
Para abraçar no peito.
Aquela musa em meu leito.
Suspirei esotérica paixão.
Posto que infinita a emoção.
Deixei-me levar pela correnteza.
Para imprimir vontade.
Esculpindo aquela saudade.
Quis refutar esse desatino.
Mas não abandonei a ira demente.
Resgatei-me do pensamento.
Vi o incauto tormento!
Afinal...
O amor já se foi...