VENDAVAL
No vento;
Certas coisas que eu sei de ti
Tentam crescer a distância...
E esbarram nas estruturas
Do meu estranho quotidiano.
Mas na minha mítica visão do mundo
Se misturam as emoções
E a razão obedece o irreal,
E tudo parece tão lúcido
Que é como se eu estivesse cego...
Hoje o dia está mais límpido e sério,
Acho que vou festejar e brindar
Todos esses anos inúteis.
Eu sei que nada mudou, ainda sou o mesmo,
Mas de uma maneira diferente e simples.
Não quero nada além deste quarto e momento.
E toda a minha existência cabe ( e se embriaga )
Nos braços de Santa Helena...
Quisera eu ser uma criança; que na sua inocência,
Pensa que a terra é uma bola
Que se pode chutar para qualquer lugar do cosmo.
Quisera ser eu, a almofada predileta, onde
Depois de uma longa jornada,
Você se recostasse e dormisse um sonho etéreo.
Quisera eu, ter a grandeza de Santa Catarina;
Para te envolver com ruas, árvores e paredes
De concreto armado, ou amado.
Mas... de súbito, eu como e bebo toda a terra
E flutuo num universo,
Onde um Milhão de Ausências
Tua me sorriem.