QUANDO O CORPO PRECISA A ALMA CONSENTE

Autora – Regilene Rodrigues Neves

Teu cheiro ficou no meu lençol

Impregnado do teu desejo

Meu corpo acariciado

A entrega incontida em movimentos

Ora suave ora voraz de vontades

Buscamos um ao outro

No dispersar da solidão...

Encontramo-nos em carinhos e carências

Soltamos nossos corpos

Ao encontro de um mesmo querer

Não importa se haverá amanhã

O agora foi preciso acontecer

Mesmo que seja por mero prazer

A porta aberta deixa entrar

E abriga quem procura pouso

Num coração deserto

Acalenta e responde

Cheio de amor pra dar

Deixei viver...

A realidade me tocou

Acariciou-me abrigou-me de carinho

Senti a vida percorrendo em minhas veias

Um novo pulsar de esperança...

Ainda tenho fogo

Que arde em labaredas

Que crepita na lareira

Em noites de inverno

Que inflama se tocado

Que responde se provocado

A mulher em mim é vida

Que não se entrega a morte

Por abandono, ela é fibra latente,

Em corpo ardente confesso de emoções

Sopro a poesia de um momento real

Mesmo que só vivido pelo verso carnal

A rima foi fatal ainda que em sexo banal

Quem não se entrega aos desejos

Nega-se o encontro que se encontra

Também num mero momento

O amor é prece de corpos sedentos

De anseios intrépidos que se acham e se encaixam

Mesmo que sem formulas exatas

De meros encontros de um destino sem destino...

Fazer amor é um louvor do corpo

Que expõe a alma, mas nos carrega de energia,

O sangue corre nas veias e nos devolve

Ao leito do rio para navegarmos e nos rebojos

Saciarmos nossa sede de mar e amar e amar...

Em 05 de junho de 2006