do vento, preces e espelhos

dê-me essa prece como um perdão.

- [...].

a água está fria demais para se morrer assim.

- [ ].

não morra. tua mão é gelada como teu coração.

- [...].

eu só queria sorrir. a vida está toda ali. guardada, com as roupas no armário.

- [ ].

vamos pisar na terra e chorar atá que a primavera cante?

- [ ].

ensina-me então essa prece sem começos... as palavras são frias também.

- [ ].

eu só queria pulsar. rasgar essas cordas sem encnto algum. e se sorrires pra mim?

- [...].

se já não há inícios, tanto faz. se agora ou ontem.

- [ ].

pode ser. deixa-se. cair ou voar. quem sabe essa canção enlouquecida. as horas todas, os silêncios fartos. quem sabe o fim de si mesmo. a estrada é toda torta. está escuro agora e as folhas estão embaralhadas sobre a mesa.

- [ ].

por que criar outros e outros espelhos?

- [ ].

o retrato dessa nudez é sempre a mesma.

Dani Santos
Enviado por Dani Santos em 10/07/2009
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