do vento, preces e espelhos
dê-me essa prece como um perdão.
- [...].
a água está fria demais para se morrer assim.
- [ ].
não morra. tua mão é gelada como teu coração.
- [...].
eu só queria sorrir. a vida está toda ali. guardada, com as roupas no armário.
- [ ].
vamos pisar na terra e chorar atá que a primavera cante?
- [ ].
ensina-me então essa prece sem começos... as palavras são frias também.
- [ ].
eu só queria pulsar. rasgar essas cordas sem encnto algum. e se sorrires pra mim?
- [...].
se já não há inícios, tanto faz. se agora ou ontem.
- [ ].
pode ser. deixa-se. cair ou voar. quem sabe essa canção enlouquecida. as horas todas, os silêncios fartos. quem sabe o fim de si mesmo. a estrada é toda torta. está escuro agora e as folhas estão embaralhadas sobre a mesa.
- [ ].
por que criar outros e outros espelhos?
- [ ].
o retrato dessa nudez é sempre a mesma.