PERTO DO FIM

Tem gente vendendo o rim,
Gente ganhando no grito,
Trocando o não pelo sim,
Ficando o dito pelo não dito.

Tem gente como Caim,
Envolto em inúmeros conflitos,
Flores secas no jardim,
De um Éden tão infinito.

Tem gente olhando pra mim,
Achando meio esquisito,
O meu intenso carpe diem,
As trilhas que eu agito.

Tem gente comendo aipim,
Pensando que é palmito,
Ignorando Tom Jobim,
E a magia de Carlitos.

Tem gente que se acha assim,
O ser mais bonito,
Do que arranjo de jasmim,
O olhar manso de Cristo.

Tem gente no insólito festim,
Deixando o rancor explicito,
Estamos perto do fim,
Ou o fim é só um mito?