Blues do Poeta Louco
Chega e senta no banco mais alto
Olha pro asfalto e sorri sem nexo
Pede uma dose, abre o livro,
Se vê livre mas ainda perplexo
Não liga pra o que os outros dizem
Ele progride e na paz leva a vida
Acente um cigarro que ali é amigo
A sua dose queima quase que despercebida
Fecha o livro e abre o caderno
Nada é eterno, hoje, só os seus poemas
Começa da dança, ele se espanta
Queima outra vez a garganta
- sem nenhum problema!
Termina o texto, outro pretexto
Pra pagar a sua conta e sair pra rua
Quase em casa, o peito em brasa,
Antes de abrir a porta, olha pra cima
E ainda escreve à Lua.