Meus passos... Ao vento!

Meus passos percorrem este caminho

Escrito com sangue num pergaminho

E eu ciente da minha loucura sigo-os...

Com destemor célere vou e persigo

Piso este chão, que o tempo não apaga

E espera que eu vença as minhas chagas

Crio desejos, nesta areia molhada

Que recebe a espuma esbranquiçada

Que minha alma já não satisfaz

Tamanha volúpia se assanha e faz

Invento pensamentos, delírios

Misturados aos meus martírios

Que meus pés escrevem...

Como um profeta que tudo persegue

E o mar leva, para onde está meu amor

Num inocente hino de louvor

Sinto a areia fina sobe os meus pés

A fazer cócegas e se entranhar

E eles seguem por seu trilho...

Como pobre e curioso andarilho

Como se nada os pudesse deter

Luta heroicamente contra a insensatez

E nesta minha insanidade

Esbraveja com docilidade

Deixo-me levar...

Querendo ficar

Meu estado já não permite pensar...

Inebriado fico a delirar

E crio alucinações, vibrantes, loucas, desesperadas

Entremeadas de canções histriônicas e sinfônicas

A noite aos poucos vai chegando...

Tudo em volta vai quietando

E meus passos, deixam sua marca...

Em desenhos circulares que se encaixam

Meus delírios quase infundados,

Salientam os meus achados

Inflamam tudo o que existe dentro de mim...

Num caleidoscópio sem princípio e nem fim

E deixo-me incendiar...

Em labaredas a me consumir

Deixo o fogo queimar-me viva,

Como uma tocha de álcool embebida

Para que eu possa sentir a dor do amor...

Sem que seja desfeita no horror

O sentimento do que é saber amar...

É uma necessidade a se conquistar

A noite chega, e neste meu desatino

Estou à procura defronte as cortinas

Não dou por elas, e meus passos continuam

No alento de te ver a qualquer momento

Seu percurso, já desajeitado, quase incoerente,

Espera com ardor impaciente e inquietante

E sem mais nem menos, minhas ilusões tomam forma

Como um veleiro que nas ondas navega

E transformam-se em realidades... Surges tu...

Com uma canção melodiosa na boca

Algures neste meu percurso insano

Convida a um abraço num enlace

Surges tu... Como sempre apareces

E se faz luz e tudo reluz e aquece

Quando a noite cai... E deixo de sonhar!

Dueto: Catarina Camacho e Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 30/06/2009
Código do texto: T1676020