TEMPORAL
É um nó que aperta,
Além da conta,
Um dor que desperta,
A agonia,
Um cândido poeta,
Que não encontra,
Enredo para a poesia,
É a sutil loucura,
Que emoldura,
O pensamento,
Na noite fria,
O movimento,
Inconstante das mãos,
É a sombra da vida,
A rés perdida,
Na eterna escuridão,
A tatuagem,
Do desespero,
O destempero,
Pedindo passagem,
É o soprar do vento,
No eu que invento,
Loucas fantasias,
Um anjo que anuncia,
Mais um temporal,
O meio após o início,
Do grande final,
O maravilhoso ofício,
De resistir o mal,
É Zé Ramalho cantando,
Chão de giz,
O algo me olhando,
Me acusando,
Pelo o que eu não fiz,
O cansaço de sermos nós,
O rasgo da minha voz,
No espaço sideral,
É um pranto incolor,
Que escorre na cara,
A possibilidade rara,
Da tenra raiz,
Se tornar flor.
É um nó que aperta,
Além da conta,
Um dor que desperta,
A agonia,
Um cândido poeta,
Que não encontra,
Enredo para a poesia,
É a sutil loucura,
Que emoldura,
O pensamento,
Na noite fria,
O movimento,
Inconstante das mãos,
É a sombra da vida,
A rés perdida,
Na eterna escuridão,
A tatuagem,
Do desespero,
O destempero,
Pedindo passagem,
É o soprar do vento,
No eu que invento,
Loucas fantasias,
Um anjo que anuncia,
Mais um temporal,
O meio após o início,
Do grande final,
O maravilhoso ofício,
De resistir o mal,
É Zé Ramalho cantando,
Chão de giz,
O algo me olhando,
Me acusando,
Pelo o que eu não fiz,
O cansaço de sermos nós,
O rasgo da minha voz,
No espaço sideral,
É um pranto incolor,
Que escorre na cara,
A possibilidade rara,
Da tenra raiz,
Se tornar flor.