PORQUE OS BÊBADOS BEBEM...
INÚMEROS ROSTOS, OUTRAS TANTAS FACES,
VOZES SONORAS PRENUNCIAM
FRASES NA PENUMBRA DO QUARTO.
O CÉREBRO ÉBRIO
DIVAGA POR CAMINHOS CURVILÍNEOS.
TEME ENCONTRAR POR ALI, ASILOS,
QUEM SABE TÚMULOS
PARA SEUS ANTIGOS SONHOS.
RESPIRA COM DIFICULDADE,
A ANSIEDADE CRIA UM ESTADO FEBRIL.
PERDE-SE EM MEIO A DELÍRIOS
TÃO PODEROSOS QUE PARECEM REAIS.
PESADELO.
VÊ O SEU JARDIM SENDO REGADO
POR TONELADAS DE CONCRETO.
OUVE O VENTO LÁ FORA.
DESPREZOU O VENTO.
E ESTE, OFENDIDO,
DÁ CHIBATADAS NAS JANELAS.
NEUROSE. SENTE-SE VIGIADO,
SUPÕE OLHOS OCULTOS
POSTOS SOBRE ELE.
SUA AUDIÇÃO ESCUTA
A INSÔNIA DA CIDADE,
IMAGINA-A ESCRAVA
DA MONOTONIA DOS SEGUNDOS.
EM MEIO À CONFUSÃO,
QUER CONCLUIR
ALGO PARA ISSO TUDO.
MAS SUA FILOSOFIA
MOSTRA-SE LIMITADA,
O MÁXIMO QUE CONSEGUE,
É QUESTIONAR-SE SOBRE
O DESTINO DOS DENTES
DOS BANGUELAS.
MUITO RUIM. MELHOR BUSCAR
UMA SOLUÇÃO PRÁTICA,
QUEM SABE SE BEBESSE TODOS BARES...
ESTRANHA MANIA DE GRANDEZA,
MISTURADA À VONTADE
DE MERGULHAR
NUM ETERNO SONO ALCOÓLICO.
PODERIA CHOVER,
A CHUVA SEMPRE
TRAZ ALGUMA ESPERANÇA.
MAS A SENSIBILIDADE
BATEU ASAS E VOOU.
VIA-SE DEVORANDO
O PRÓPRIO GUARDA-CHUVA
AO MOLHO PARDO.
ESTRANHO PETISCO. DIAS DIFÍCEIS.
VIA PIRÂMIDES DE COPOS CAINDO,
CHORAVA AO VER O DESMORONAR
DOS CASTELOS DE CARTAS.
PRECISAVA DE SORTE,
ALGO QUE NÃO DEPENDESSE DELE.
ENTÃO JOGAR, O ÚLTIMO INVESTIMENTO,
CARTÕES DE APOSTAS.
A LOTERIA. O DINHEIRO
TUDO PODERIA RESGATAR,
PASSAPORTE PARA
A PLENA ACEITAÇÃO SOCIAL.
FOME. EM ALGUM LUGAR
DEVE HAVER UMA CONSERVA EM LATA.
DIFÍCIL ENCONTRAR.
ESQUECEU A FOME.
OUVIU UMA MÚSICA.
NÃO DEFINIU SE VALSA OU TANGO.
RESOLVEU DANÇAR, FLUTUOU,
LEVITOU E POR FIM CAIU,
FAZENDO DO CHÃO
O SOBERBO LEITO
PARA O SEU TARDIO SONO.
INÚMEROS ROSTOS, OUTRAS TANTAS FACES,
VOZES SONORAS PRENUNCIAM
FRASES NA PENUMBRA DO QUARTO.
O CÉREBRO ÉBRIO
DIVAGA POR CAMINHOS CURVILÍNEOS.
TEME ENCONTRAR POR ALI, ASILOS,
QUEM SABE TÚMULOS
PARA SEUS ANTIGOS SONHOS.
RESPIRA COM DIFICULDADE,
A ANSIEDADE CRIA UM ESTADO FEBRIL.
PERDE-SE EM MEIO A DELÍRIOS
TÃO PODEROSOS QUE PARECEM REAIS.
PESADELO.
VÊ O SEU JARDIM SENDO REGADO
POR TONELADAS DE CONCRETO.
OUVE O VENTO LÁ FORA.
DESPREZOU O VENTO.
E ESTE, OFENDIDO,
DÁ CHIBATADAS NAS JANELAS.
NEUROSE. SENTE-SE VIGIADO,
SUPÕE OLHOS OCULTOS
POSTOS SOBRE ELE.
SUA AUDIÇÃO ESCUTA
A INSÔNIA DA CIDADE,
IMAGINA-A ESCRAVA
DA MONOTONIA DOS SEGUNDOS.
EM MEIO À CONFUSÃO,
QUER CONCLUIR
ALGO PARA ISSO TUDO.
MAS SUA FILOSOFIA
MOSTRA-SE LIMITADA,
O MÁXIMO QUE CONSEGUE,
É QUESTIONAR-SE SOBRE
O DESTINO DOS DENTES
DOS BANGUELAS.
MUITO RUIM. MELHOR BUSCAR
UMA SOLUÇÃO PRÁTICA,
QUEM SABE SE BEBESSE TODOS BARES...
ESTRANHA MANIA DE GRANDEZA,
MISTURADA À VONTADE
DE MERGULHAR
NUM ETERNO SONO ALCOÓLICO.
PODERIA CHOVER,
A CHUVA SEMPRE
TRAZ ALGUMA ESPERANÇA.
MAS A SENSIBILIDADE
BATEU ASAS E VOOU.
VIA-SE DEVORANDO
O PRÓPRIO GUARDA-CHUVA
AO MOLHO PARDO.
ESTRANHO PETISCO. DIAS DIFÍCEIS.
VIA PIRÂMIDES DE COPOS CAINDO,
CHORAVA AO VER O DESMORONAR
DOS CASTELOS DE CARTAS.
PRECISAVA DE SORTE,
ALGO QUE NÃO DEPENDESSE DELE.
ENTÃO JOGAR, O ÚLTIMO INVESTIMENTO,
CARTÕES DE APOSTAS.
A LOTERIA. O DINHEIRO
TUDO PODERIA RESGATAR,
PASSAPORTE PARA
A PLENA ACEITAÇÃO SOCIAL.
FOME. EM ALGUM LUGAR
DEVE HAVER UMA CONSERVA EM LATA.
DIFÍCIL ENCONTRAR.
ESQUECEU A FOME.
OUVIU UMA MÚSICA.
NÃO DEFINIU SE VALSA OU TANGO.
RESOLVEU DANÇAR, FLUTUOU,
LEVITOU E POR FIM CAIU,
FAZENDO DO CHÃO
O SOBERBO LEITO
PARA O SEU TARDIO SONO.