ASSASSINOS DO OLHAR

QUANTAS VEZES JÁ MATOU ALGUÉM?
QUE ARMAS USOU?
COM SEU SILÊNCIO INQUIETANTE.
QUEM SABE,
COM O SEU DESPREZO ORGULHOSO?
TALVEZ UM AMONTOADO
DE PALAVRAS AMARGAS,
OU AINDA UMA PROMESSA DE AMOR,
ONDE HAVIA APENAS CONVENIÊNCIA.
LEMBRA SINCERAMENTE,
QUANTAS VEZES FUGIU
DE UM OLHAR SINCERO?
PENSA COM FRANQUEZA,
QUANTAS VEZES VESTIDO
DE VIRTUDES, NÃO FOI INJUSTO?
RESPONDA RAPIDAMENTE:
DEU ESMOLAS POR COMPAIXÃO,
OU PARA ALIMENTAR
AO PRÓPRIO ORGULHO E VAIDADE?
RACIOCINE RETAMENTE,
QUANTAS NÃO FORAM AS VEZES,
QUE COM VEEMÊNCIA
DENUNCIOU PECADOS ALHEIOS,
QUE HIPOCRITAMENTE
TAMBÉM OCULTAVA EM SI.
INFLEXÍVEL JUIZ,  CONDENOU
E SENTENCIOU SEM PIEDADE.
DOTADO DE PODER,
JULGOU SEM APELAÇÃO.
QUESTIONE-SE SERENAMENTE,
SAIRIA VOCÊ ISENTO
DO SEU PRÓPRIO JULGAMENTE,
SE JULGASSE-SE
COM OS MESMOS CRITÉRIOS
QUE JULGA AOS OUTROS.
O RESPEITO EXISTE?
OU É MERA IMPOSIÇÃO
BELICOSAMENTE IMPOSTA.
ATÉ ONDE A INDIVIDUALIDADE,
ATÉ ONDE MERO NÚMERO ESTATÍSTICO.
ESTRANHO JOGO.
HOMENS DEUSES.
APENAS REIS E GENERAIS.
A POSSE, O FRANCIONAMENTO,
O PEDAÇO E O APEGO ÁVARO.
PEDAÇOS DO TODO,
JULGANDO-SE
COMO O PRÓPRIO TODO.
PERDIDO EM SEU
PROFUNDO UMBIGO.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 16/06/2009
Código do texto: T1651526
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