Eu e os meus eternos dias.

...E desço do ônibus rumo ao meu trabalho,

atravesso a rua principal,

e entro numa rua lateral

e muito longa.

Em todo o meu percurso vou analizando-a,

ate mesmo para não vê o caminho do tempo.

Busco figurar em todas as formas,

tudo aquilo que chama a minha atenção.

E assim vejo passar em:

Muros altos,baixos,brancos,verdes,crus,

que cercam as casas:

Grandes,pequenas,bonitas,feias,

e ate terrenos ainda vazios.

Nesse mesmo caminhar,

ora cabisbaixo,

conto os paralelepípedos da rua.

As vezes chego:

A trezentos,quatrocentos,quinhentos e etc.

Não quero a notoriedade de todos os dias,

persigo um teatro,

com mudanças na minha própria visão,

e nos meus pensamentos.

Vivo e sonho,passo a passo do meu caminhar.

Já fantasiei calçadas rolantes,

num futurismo improvável.

Também canto,

penso nos meus problemas,

acho saídas incríveis para dá fuga,

a vida que no meu peito,

do lado esquerdo,

me faz pontuar como um sonhador,

e dá vazão,

a toda minha emoção.

Um dia desses acabei por chegar na outra esquina,

já perto da entrada do meu trabalho,

mas realista fiquei,

e notei,

que eu além de tudo isso,

tinha sujado o sapato,

nos dejetos de um cão.

Condor Azul
Enviado por Condor Azul em 28/05/2006
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