Eu e os meus eternos dias.
...E desço do ônibus rumo ao meu trabalho,
atravesso a rua principal,
e entro numa rua lateral
e muito longa.
Em todo o meu percurso vou analizando-a,
ate mesmo para não vê o caminho do tempo.
Busco figurar em todas as formas,
tudo aquilo que chama a minha atenção.
E assim vejo passar em:
Muros altos,baixos,brancos,verdes,crus,
que cercam as casas:
Grandes,pequenas,bonitas,feias,
e ate terrenos ainda vazios.
Nesse mesmo caminhar,
ora cabisbaixo,
conto os paralelepípedos da rua.
As vezes chego:
A trezentos,quatrocentos,quinhentos e etc.
Não quero a notoriedade de todos os dias,
persigo um teatro,
com mudanças na minha própria visão,
e nos meus pensamentos.
Vivo e sonho,passo a passo do meu caminhar.
Já fantasiei calçadas rolantes,
num futurismo improvável.
Também canto,
penso nos meus problemas,
acho saídas incríveis para dá fuga,
a vida que no meu peito,
do lado esquerdo,
me faz pontuar como um sonhador,
e dá vazão,
a toda minha emoção.
Um dia desses acabei por chegar na outra esquina,
já perto da entrada do meu trabalho,
mas realista fiquei,
e notei,
que eu além de tudo isso,
tinha sujado o sapato,
nos dejetos de um cão.