Velas

Aquele deus, não é o meu,

que sou ateu,

que não sou teu.

Aquele santo, que é tanto

o teu encanto,

não é meu canto.

Sou das bagunças e rodas,

das cervejas e bordéis.

Sou das orgias e fodas,

dos quartos e motéis.

Por isso, não rezo as rezas

que tu prezas.

Nem velo os mortos

que tu velas.

Minhas velas, são aquelas

que acendo no escuro.

O céu ?

Ora, esse eu não procuro !