O Lobisomem.
Olhar de dragão
Cara de canhão
Vem lá do sertão
Parecendo o cão.
É o lobisomem
Pelos o consome
Uiva feio e some
De sangue tem fome.
Homens vão à caça
No meio da mata
Mais o bicho ataca
Donzela e beata.
Já com o sol raiando
Volta ao seu encanto
Seduz com seu canto
Em doce acalanto.
Enquanto a lua
Não transforma a sua
Forma nua e crua
Vai enfeitiçando moças pela rua.
Sua maldição
Não tem correção
Lua cheia então
Traz pelo e dentão.
Passei-te um susto
Cara de Augusto
Bastou ver um vulto
Tropelo e tumulto.
Goretti Albuquerque.