Desertos da Vida 
 
Deserto de ideias
e pensamentos,
emoções grosseiras
e de baixa sensibilidade,
limitado sentir.
Densa névoa,
ainda não se podendo
ver o fluir
das nascentes purificadoras,
das águas benditas.
Arrastam-se pesadas correntes
que pendem de corpos limitados,
ardentes desejos subjugados.
Empobrecida ninfa de vida
e ainda assim vampiros,
para tornar mais anêmico
o que já é miserável.
Agressividade animal,
sentidos limitados,
a dimensão física,
pífia razão,
emoções embriagadas.
Restando, então, a força
dos tesos músculos
que serão flexíveis
até a falta de viço da velhice.
Então, o drama de observar passos idosos
denunciando a vulnerabilidade
de quem foi forte.
Então, a estranha lei natural
condenando todo aquele que é fraco
a ser vítima de quem tem força.
Frestas de cotidiano,
oculta realidade,
perdida dimensão das sombras,
existência ou delírio.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 09/06/2009
Código do texto: T1640154
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