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Não quero possuir identidade de gueto

Quero ser do meu jeito

Sem preceitos de classe

Sem receita que me enlace e me estampe crachá no peito

Ainda que a matilha dos costumes me cace

Que o cardume dos assemelhados me acolha

Que desgarrados de outros guetos me ultrapassem

Que minhas crenças não passem de uma bolha

Faz parte dessa saga não ter regra

Exceto apenas essa

E as que me preservem a aura

Sem, contudo, que me custem os olhos da cara