Por que a chuva vem
o humano como paisagem
de uma vida poluída
um rio sem plumas parecidas
o profeta em sua visagem
posso viver com esta imagem
eu humano errante vida
sem asas nem plumagem
assim sem a alma colorida
preso a terra não ao frio
poderia ser pássaro passarinho
nuvens do eu sozinho
a água da chuva na calçada
meu choro afluente do nada
a roupa oceano de lágrimas
as chuvas que caem desses olhos
veio do coração triste, silente
nesta alegria também lhe molho
na pouca chuva de amor ausente
querida, por que a tempestade vem
se o amor estar assim tão perto?
acostumamos a não enxergar também
fico apenas a lhe sorrir, quieto.