............A DANÇA DAS SOMBRAS

No peito, amarga dor

A mente em desvario

Imagens ofuscadas

O corpo em inebrio

Os olhos desfalecem...

O copo... está vazio.

...

...

Há de haver uma verdade

Nesses dias sem sentido

Quando a cada passo dado

Ruma-se ao desconhecido

E as pessoas se devoram

Neste mundo já falido?

...

...

A névoa que encobre

O leito sem o brilho

Do sol que resplandece

A verdade em vidrilho...

É o barco que se afunda

Da proa ao tombadilho.

Nos destroços agarrado

O corpo em hipotermia

Um suspiro, um alto brado.

Ele ri dessa ironia:

Entre sombras aparece

Uma deusa luzidia...

Sua mão, a ela estende

Será o fim do seu martírio?

Dos destroços se liberta:

A vida o pior o delírio.

Nessa dança, ele adormece...

Sobre o peito... um alvo lírio.

Moses Adam

F.V., 25.04.2009