Loucuras do Amor

Tentava substituir
a força da realidade
por uma mentira convincente.
O cérebro
não conseguia produzir razão
que agasalhasse o frio do coração.
Ainda uma vez,
olha para em torno de si,
tenta decifrar o ocorrido,
investiga, busca e nada encontra.
Tenta dar significado ao que não tem. 
Faz alvo daquilo que é inexistente,
dando-lhe o status de testemunha,
que assombra-lhe
com um líbelo de culpas.
Como não sentir culpa?
Como retirar
este punhal da garganta?
Qual o porquê
de tantas incertezas?
Não basta questionar a si?
Haveria de duvidar dos outros.
Não quer dar o braço a torcer.
Não aceita
o determinismo do fato.
Rebela-se contra ninguém,
já não tem alvo algum.
Antes, deseja oferecer estima.
Já não sabe como,
brinca com as possibilidades,
imagina probalidades,
fica preso a um conjunto de sensações.
Velhas imagens da memória,
de uma saudade
que não sabe se existe,
de lembranças
que não sabe se ocorreram.
Preferindo mergulhar na ilusão,
desprezando a lucidez,
em favor da loucura.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 04/06/2009
Reeditado em 04/06/2009
Código do texto: T1632055
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