CULTO LOUCO
Toca fogo na ponta da tora de erva de cheiro
e com o lábio morto e teso de fome de sumir daqui
suga o prazer de sentir crescer rugas de gozo
no sexo da cuca como fêmea no cio que chupa
com ânsia o pênis hirto e de porte do belo rapaz.
Mas profundo o bumbo imundo do mundo
retumba como bomba na onda de fumo
da roda verde do bando de gente virgem
e come como berne a grade férrea da mente
que ronda surda pelo beco negro do medo.
Severa treva cega de brilho de peso obeso
que funde brava a massa plúmbea
da vida vazia e sombria da tralha de povo oco
que dorme na cova e acorda na taba
da tribo que fica no fundo da trilha da busca.
Crava fundo e firme a faca de metal quente
no corpo magro e fraco do jovem doente
e rasga feroz e forte até a morte
como trapo sujo de cuspe de dente podre
a pele seca de sede de tudo que sangra.