SOB A LUZ DO LUAR

Há uma janela aberta,
Para as curvas da rua,
Há na rua deserta,
Uma alma que flutua,
Talvez perdida,
Sob a luz do luar,
Há nas entrelinhas,
A fuga da realidade,
A enorme vontade,
De perder a linha
E promover,
A alteração da vida,
Ampliar a liberdade,
Tanto tempo escondida,
Nas profundezas do querer,
(ou seja, enlouquecer),
Essa alma é a minha,
Errante ao compasso,
Decadente do mundo,
Oblíqua no plano de fundo,
Sem rumo, sem humo,
Cansada de marcar passos,
Dentro de um eu,
Que também se perdeu,
Com tristeza no olhar,
Retorno ao meu lugar,
Totalmente limitado,
Fecho a janela; calado,
Em dor - me desfaço.
Vedo as rachaduras,
E não dou espaço,
Para a loucura.