Só para as pedras.
O meu coração arredio
Quer mudar seu modo de ser
Abraçou um novo desafio
Com fidelidade vai proceder
Pois pensou bastante e decidiu
Só para as pedras vai escrever.
Elemento duro frio e inerte
Que está constatemente calada
E em mais nada se converte
Mesmo que ela seja acusada
E nesse seu silencio irreverente
A minha poesia será desprezada.
Porem é um desprezo inocente
E nenhuma culpa lhe cabe
A pedra em seu estado incoerente
Pouco importa o que nela desabe
Por isso o desprezo mais dolente
É aquele desprezo de quem tudo sabe.
O sucesso que tanto interfere
Eu sei que nenhuma pedra conhece
E a minha poesia singela não fere
Pelo contrario homenageia e enaltece
Por isso é que o meu coração prefere
Escrever para quem nunca esquece.