QUANDO O SOL SUGIR

Momentos densos,
Noite escura,
Um vento morno,
Balança o contorno,
Da figura, a loucura,
Entra pelas rachaduras,
Habita na intimidade,
Espaço anterior à norma,
Numa indefinida forma,
Anseio de liberdade,
De abrir a realidade,
E deixar suspenso,
O ponto cego da imprevisão,
No intervalo da razão,
O ser torna-se alado,
Rompe iluminado,
Sem direção,
Deltas alongados,
Marcam a imensidão,
O silêncio já não é pesado,
Nem a noite tão dura,
No voo a alma encontra ternura,
Com toda leveza,
Recria em si a beleza
Magistral da poesia,
E quando sol surgir,
Há de colorir,
Uma nova fotografia.