NO BAILAR DOS OLHOS

NO BAILAR DOS OLHOS

Sonia Barbosa Baptista

Louca, tão louca é a loucura, nos olhos

Esbugalhados revirando qual dança.

Na dança do cisne no lago azul!

Que de lá para cá, vai bailando

Para cima e para baixo, num louco rodopiar.

E numa pausa, num único ponto

Como se fosse fugir de órbita e parar.

Eis que uma música suave, embala e abranda

A loucura daquele olhar.

É o momento de lucidez, daqueles olhos

Mergulharem nas águas mansas e pura da cachoeira.

Bendita sois, ó lágrimas quentes, que umedecem os olhos

Fio a fio e calmamente delata a pupila!

E transforma num extenso lençol d’água.

Quanta beleza externada no momento

Em que lágrimas molham os olhos da loucura!

Com as pontas dos dedos, tenta secar, mas trêmulas

Só consegue num pranto maior aumentar.

Já não há como parar e deslizando pelo rosto

Em maior quantidade, teima em jorrar.

Não são apenas filetes de água.

São lágrimas bem-vindas e abençoadas.

Momento pequenino de lucidez.

Para logo em seguida:

A louca loucura enlouquecer o louco

O tal louco, de olhos esbugalhados, de vez..

25/02/2009

Sonia Barbosa Baptista

Sonia Barbosa Baptista
Enviado por Sonia Barbosa Baptista em 19/05/2009
Reeditado em 19/05/2009
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