Despedida
Quem sou eu para escrever o que sinto
Se já nem sei sonhar de tanto que senti
Quem sou eu pra contar histórias
Se já me perdi em páginas de antigas memórias
Já não faço parte da metade de ninguém
Quem quer cicatrizes e lembranças perdidas?
Fique longe olhando eu passar
A figura angelical nem sempre é real
Não me descubra de meu passado sombrio
Deixe-me assim, nesse eterno frio
Tenho medo de te enfeitiçar
Não quero que fiques comigo a sonhar
Não sou ninguém que se possa estar
Jogue esse amor na direção do vento
O entregue a alguém no caminho
Alguém doce e com sonhos por realizar
Sou amarga, sem cor, sem presente
Tenho asas que me fazem sonhar
Sou quase um deserto, sou quase tudo
Um pedaço de terra escondido
No vagar da lembrança, no meio do mundo
Vá! Pertença ao futuro sonhado por alguém
Siga sem mim, eu fico aqui te vendo passar
Eu quero assim, não pertenço nem a mim
Nem sei onde estou, como podes me amar?