A doida

Vai fingindo que é pra ela

O beijo do beija-flor

Se sente numa aquarela

Quando vê grande pintor

A música ouve e pensa

Que é seu o compositor

Veste seu corpo nu

Com a brisa e o ar

Passa diante do poeta

Só pra ele se encantar

Sua boca rubra e macia

Fala coisas sem sentido

Numa hora de loucura

Tatua o próprio umbigo

Coloca letras no varal

Para o vento balançar

Entrega-se sem censura

Sem saber sequer amar

Mas o poeta não quer motivo

Para assim se apaixonar

Foi assim que a pobre doida

Encontrou com Cervantes

Montou em seu cavalo

Seguindo um doido errante

E assim seguiu viagem

Dentro do peito a certeza

Gritava de tanta vontade

Que queria do peso a leveza

A doida seguiu feliz

Entre sonhos e fantasias

Hoje compõe canções

Versos e poesias

INTERAÇÃO POÉTICA DO MEU AMIGO EURIPEDES BARBOSA RIBEIRO

Ah! Dulcinéia

Minha doce princesa

Plebéia

Teus encantos

Dados pelos cantos

Encantam a tantos!

Teus desejos

Risos

Fantasias

Tuas orgias e tua alegria

Me encantam!

Por ti vencerei moinhos de ventos

Serei teu escravo

E teu cavaleiro

Te darei castelos e apartamentos

E para sempre serei teu

Por inteiro!

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 12/05/2009
Reeditado em 13/05/2009
Código do texto: T1590095