O Mundo Segundo Meus Olhos

Continentes de afirmações suspensos,

Abismos de infinitude os separando.

Nunca parei enquanto os atravessava,

Numa estreita ponte de certezas

A olhar para baixo se é seduzido

Pelo não-ser eterno que chama.

Uma voz tão sensual quanto triste

Que faz pingar minha alma em queda

Como pluma que um pouco d'alma carrega

Alma que ainda serena, clama.

Este mar morto logo abaixo

É repleto de tudo que não sou.

Este nada que parece ter tudo

Parece tão bom, mas está morto.

Eu não: apenas mudo,

E continuo com o passo torto.

Pedrosa de Souza
Enviado por Pedrosa de Souza em 09/05/2009
Reeditado em 10/08/2009
Código do texto: T1585361
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