No Útero da Poesia
Punhetando os versos, gozas as mentes
cansadas e desejosas de prazeres tantos,
Saciando mundanos apetites repentinos
Acendes as volúpias, carentes, infinitas!
Entre as dores e as alegrias, doces cantos,
Oh gemidos vários, tão sorridentes!...
Que pulsam sôfregos, pelas peles ardentes
No cheiro maravilhoso, sensual e quente.
Devagar e calmamente eretos, certos,
Ao encontrar florestas ainda virginais,
Avista o orifício da gruta e os seus ais
Aponta e entra com a força que vais,
Ao primeiro enlevo, penetrando portos,
Ali se instala o membro, enérgico e astuto,
Rondando as beiradas de roliças coxas,
Que se abrem ao toque, de nossas vontades,
Dilatam e anseiam as vias genitais,
Perfilando a delícia, das malícias tais,
A expressão, o verbo, intelectuais,
Reforçam as teses sem peias - geniais!
E dos fortes lábios, as sagacidades...
São vencidas e acalentadas, na mocidade,
Recitando a ébria nota, de viril paixão,
Por onde passeiam todas as excitações,
Que cegam os olhos, nos deixa em tensão,
À mercê dos corpos, profunda vibração,
Emergindo as ondas, que se repetem,
Eletromagnéticas... Puras notas musicais,
Impiedosas, infinitas vezes, vai e vêm...
No pendular ato, de querer o amor também!
Dueto: Nice Aranha & Hildebrando Menezes