ATÉ QUANDO ESPERAR?

Pão de queijo,
Xícara na mão,
Aroma do cafezinho,
Bem mineiro,
Rolinhas ciscam no terreiro,
Sozinho,
Não sei o que almejo,
Estrofe ou refrão?
Penso na vida,
Sufocado coração,
Olhos perdidos no vento,
Inquieto movimento
Das nuvens - algodão,
Indefinida direção,
Alma movida,
A tantos porquês,
Desprotegida,
No início de mês,
Ausente da lucidez,
Ignora a hora do café,
Cisma de viajar,
Errada - errante,
Ser mais do que é,
Encarar os gigantes,
Verdadeiramente,
Se libertar...
Mas, entre ela,
E o vão da janela,
Existe simplesmente,
Um eu limitado,
Acomodado à mesa,
Conformado,
Com as incertezas,
Um eu subordinado,
Que suporta calado,
O excesso de volume,
E sem lume,
Deixa o tempo passar...
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Pobre alma - alminha,
Tão minha!
Até quando esperar?