CHAMADO !
Há tempos ouço o teu chamado
Ele vem de forma viril ou febril
Seja de dia, ou de madrugada
No escuro, no claro, no azul anil.
Manso, devagar ou apressado
Como num apelo desesperado
Estivesse assim no cio... Acesa!
Não nego que fico deslumbrado
Esperando por alguma proeza
E hoje saio inquieto da toca
Como fera em busca da presa
Não contive esta minha sanha
De ir à tua apetitosa presença
Acordei pra lá de sem-vergonha
E vou inteiro com água na boca
Lambendo beiços... Saliva nos lábios
Oh! Poetisa... Permita-me cortejá-la
Estou ligado ao cosmo... Ao astrolábio
Vou entrar manhoso em tuas entranhas
Falar e escrever sobre tuas façanhas
Meus versos quer casar com os teus
Fazer amor, ternura, sexo e safadeza
Faça com que eles acoplem aos meus.
Ele sente longe o teu agradável cheiro
Teu perfume inebria às minhas narinas
As tuas letras e palavras me fascinam
Quero te revirar do avesso por inteira
Bagunçar todas as tuas (in) certezas
Até àquelas que você nem imagina...
Lamber as tuas feridas e (im) purezas
O teu ‘pecado’ sublime da natureza
É preciso transgredir as tuas ideias
Harmonizá-los aos nossos ideais
Tudo em mim pede em ti delicadeza
Quer acariciar-te curando a tua dor
E até sufoco aqui à procura do teu ar
Quero respirar da tua bela inspiração
Dê-me o imenso prazer de poder amar
Aspirar no rumo e prumo do teu coração
Me deixa entrar... Maestrina da emoção
Em ti e por ti farei uma languida revolução
Sim! É você que acende a minha explosão
Senhora e rainha das minhas inquietações...
Estou aqui a teu chamado e comando.
Manda ver!
Hildebrando Menezes