A Tulipa
A Tulipa
Ao observar uma flor -
tulipa amarela, muito bela -
um jovem pensa e revela
todas suas faces secretas.
“Ignorando o ditado,
com essa flor eu bateria
numa mulher - pura esquizofrenia!
Preferia comê-la com aspargos.”
Proclama a máscara do palhaço.
“Queria ser como a abelha
que voa de flor em flor.
Experimenta cada aroma e pólen
sem nenhuma vergonha ou pudor.”
O manipulador sussurra inquieto.
“Cultivá-la ou arrancá-la;
controlar morte e vida.
Brincar de Deus
com uma tulipa.”
Diz secamente o anjo caído.
“Queria ser como ela
possuidora de belas pétalas simétricas,
mas sou um trevo quimérico:
quatro folhas incertas,
difusas e transgênicas.”
O jovem pensa sem vida.