O Meio do Fim
O medo de quem sente,
A angústia de amar,
A mente de quem mente,
Só pelo prazer de inventar,
A solidão de quem é gente,
Na ânsia de se libertar.
Por isso também pense,
Mas sem nada elucidar,
A ilusão que nos convence,
De que a verdade podemos encontrar,
Por isso sempre tente,
E morra de tanto tentar.
A vida é mesmo assim,
Já dizia o cético a fingir,
O pessimista por sua vez,
Negativamente com sua cabeça a balançar,
O criacionista diz que foi Deus que fez,
O evolucionista no entanto,
Diz que tudo se deu a partir do macaco,
O Big-bang,
O nada,
Ninguém sabe explicar,
O vazio inerente a mente,
Que tudo pode criar.
O nada é o grande criador,
O homem o inventor,
Deus é o amor,
O diabo é a dor.
Não se sinta,
Não se sente,
Apenas sente,
Se quiser deitar...
Deixa estar,
Pra relaxar.
Esperar?
Se nada há.
O que é que há?
Vá pra lá.
Encontrar?
Buscar?
Sem parar,
Pra pensar,
Até achar,
Ou tropeçar,
No que procurar,
Só pelo prazer de procurar,
É aí que está,
O sentido,
O suspiro,
O grito,
Seus ouvidos,
Continue sentindo,
Até o fim do se sentir,
O inicio do porvir,
O que precede o sorrir,
Dando inicio ao parir,
No parecer do sucumbir,
E o perecer está aqui,
No fim,
O fim.
Itaci Silva Camelo