O canto do medo.
Não me perguntem por que não enxergo nada,
Não me perguntem por que não escuto nada,
É que ando nesta estrada e quanto mais perto fico mais longe estou da razão.
Não me critiquem por tentar tocar um sentimento,
Não me critiquem por crer neste momento,
Em que o mais profundo amor se torna sólido.
Se eu enxergo o amor além do horizonte, estou cego,
Se eu escuto a paixão na mais louca percepção do amor, estou surdo,
O momento é da razão.
Não me perguntem por que quero entender tudo,
Não me perguntem por que tento neste momento em que não se deve entender,
É que procuro um piso sólido, nestes tempos insólitos.
Não me critiquem por ter fé, sou um crente,
Não me critiquem por ter uma mente eloqüente.
É que tudo sempre se dirige ao todo, gente.
Se eu canto no meu canto e te encanto com o sorriso que estampo no rosto, estou triste,
Se eu grito na calçada para espantar meus fantasmas, estou louco,
O momento é da razão.
Não me venha empurrar para frente se me sinto bem parado,
Não me venha falar verdades, pois nem acredito em mim mesmo,
Tento caminhar sem questionar e quando questionar não querer entender.
Não me fale que o amor é amargo se o doce é doce,
Não me fale que sentir é pecado, se pecado for quero morrer neste sentindo,
Pois o tempo é tempo se for tempo para dois.
Se eu choro aos braços de uma bela dama, nesta cama não sou mais que um ser,
Se aos meus braços ela clama, beijo a sua boca até calá-la em meu calor,
Pois eu sou drama, e ela minha bela flor.
Não me fale que o momento é fugas ele é um ponto de esperança nesta linha torcida da vida.
Não me olhe como a um louco, a loucura é um estado de espírito e o louco pode ser você.
Se eu estou em mim, estou vivo.
Sei que sei o que você não sabe o que eu sei que serei,
Vejo o que não querem ver o que quero sentir, do que não tenho medo,
A razão da vida é viver.