DEVANEIOS

Tem horas em que me perco

Em devaneios filosofais

Acerca de minha vida

E das crises existenciais

Tem vezes em que sou única

Simplesmente exuberante

E já no próximo instante

Várias em uma, normal

Como tantas... igual

Essa dúvida atroz

Às vezes me deixa triste

Mas numa sequência veloz

Acaba-se em chiste

Se tudo que em mim existe

É dúbio, contraditório

Então, o lamento que persiste

É quase que vexatório

Esse rumo que a rima assume

Da poesia que em nascer insiste

Deixo um pouco de lado o lume

E me entrego ao falatório

Por favor, não me mate

Nem queira ir ao velório

O defeito do nó é o "ate"

Que deixa meu verso simplório!

Patrícia Rech
Enviado por Patrícia Rech em 18/04/2009
Código do texto: T1547037
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