DEVANEIOS
Tem horas em que me perco
Em devaneios filosofais
Acerca de minha vida
E das crises existenciais
Tem vezes em que sou única
Simplesmente exuberante
E já no próximo instante
Várias em uma, normal
Como tantas... igual
Essa dúvida atroz
Às vezes me deixa triste
Mas numa sequência veloz
Acaba-se em chiste
Se tudo que em mim existe
É dúbio, contraditório
Então, o lamento que persiste
É quase que vexatório
Esse rumo que a rima assume
Da poesia que em nascer insiste
Deixo um pouco de lado o lume
E me entrego ao falatório
Por favor, não me mate
Nem queira ir ao velório
O defeito do nó é o "ate"
Que deixa meu verso simplório!