Não quero...
Não quero
E espero
Que creia
Que quero
Ficar só
Quero estar só
Deixe-me só
Pensando
Enquanto ando
Daqui pra lá
De lá pra cá
Ou paro e reparo
Em nada
Em tudo
No que quero
No quê
Não quero
Fazer
Deixe-me ser
Só ser
Eu só
Deixe-me ser
Só o que sou
Como sou
Enquanto sou
Eu
Pronome pessoal
Definido
Masculino
Singular
Deixe a dor doer
Com ela sei conviver
Pode crer
Deixe-me só
Senti-la
Deixe-me só
Chorar ou sorrir só
A solidão às vezes
É-me necessária
Não quero ir
Não vou ir
Permaneço aqui
Pois aqui
É o meu lugar
Preferido
Por enquanto
Enquanto a depressão
Que me ataca, durar.
Esqueço
Assim
O fim
Começo de novo
Recomeço um novo
De novo um começo
Em que meço
O tempo
De agora em diante
O que ficou
Pra trás
Nunca mais voltará
Agora sei
Que pensei
Demais
Sobre isso
E aquilo
E prefiro
Ficar só
Não quero estar
Com mais ninguém
Passe bem
Você meu bem
E até o fim
De mim
E de quem
For antes de mim
Já vou pro alto
Numa nuvem
Ter nova visão
Com outra versão
Da vida vivida
Até agora aqui
Por outras vidas
Penso já ter vivido
Mas, já passou, acabou.
Mas, chega de passado.
Prefiro agora
Um bife mal passado
Deixe do meu lado
O jornal que ainda não li
Não desisto de desistir
Sem terror
Sem medo do horror
De ser feliz
Ainda ontem
Sonhei com você
Linda maravilhosa
Toda prosa
Montada num cavalo branco
Parecendo um anjo
Cavalgavas pela praia
Quando o dia raiava
Quando o sol acordava
Pra nos dar bom dia
E que dia não seria
Com a sua presença
Lavro a sentença
Serás minha
Quando o sol se por
O sol se foi
O sonho acabou
E fico pensando no sonho
Você cavalgando
Um lindo cavalo branco
Nua em pelo
Pela praia cavalgando
Com o dia nascendo
Mas, ainda é dia.
É um dia veloz
No caminho do fim
Ninguém tem pena de mim
E assim caminha
A humanidade
Nesta louca cidade
Onde as vozes
Confundem-se
Com o trânsito
Barulho ensurdecedor
Carros buzinas
Sirenes
A cidade não para
Enquanto parado observo
O dia passar
ABittar
poetadosgrilos