INTERNETANDO
INTERNETANDO
Saí sem rumo
Perambulando pela cidade
Tive que andar bastante
À procura de novidades.
Por um momento deparei
Perante uma loja
Tive a curiosidade em saber
O que ali se aloja.
Que péssima recepção
Percebi, de entrada.
Só palavras esquisitas
Não entendi foi nada!
Vi alguns computadores
Pensei... preciso explorar.
Falou-me: - “5º P.C,
se desejas navegar.”
Confuso por demais fiquei
Sem saber o que seria P.C.
Depois, como navegar
se distante do oceano me notei?
Tive medo de ser assaltado
Quando um cartaz pude ler.
Dizendo: Muito cuidado!
Cuidado com o P.C.!
Fiquei muito atento
Em quem pela porta entrava
Preocupado com o P.C.
Graças a Deus não chegava.
Eram cinco computadores
Para uso dos clientes.
Quatro já ocupados
Usuários pareciam ausentes.
Sentei... tudo complicou
Quando o dono do lugar
Criou o meu imeio
itanhemninja, junto, ta?!
Seguido do rót meio
E um tal de ponto com.
Ele escreveu hotmail
Fiquei muito tantã.
Pirei mesmo quando
Uns amigos adicionei.
Com mensagens instantâneas
Ainda mais me compliquei.
Vi nome de menina
Mas foto de um chalé
Perguntei: E aí casa!
Disse: - Qm é vc, o q qr?”
Alheio àquela língua
Tentei a resposta acertar.
Vou jogar no bicho
Verei no que vai dar.
Sou o Ninja, de Itanhém
Me explique de uma vez
Estudaste que tanto?
Não sabe o português?
Em resposta, aquela pessoa
Veio a mim, teclar:
- “Foi um erro meu
ter q t add.”
Fiquei bem confuso
O add será o quê?
Um remédio? Um pesticida?
Ela disse: “Vou dz p/ c.”
Lasquei-me desta vez
Com aquele chalé-menina
De quem eu nunca vi
Nem aqui, nem na esquina.
Veio com um certo “kd?!
Kra, vc é d+ !
Pq ñ nos encontramos
Dpois nós tc + ”
Perdidão eu fiquei
Coelho em inglês é rabbit.
Um cara perguntou pro outro:
“Seu P.C. tem quantos gigabyte.”
Essa menina-chalé
Pude finalmente ver
Aquele rosto faceiro
Na tela a se mover.
Ouvi ela dizendo?
“- dá um béc ispeice.”
Coisa não encontrada
Fiquei perdido outra vez.
Já me certifiquei
Não estou num oceano.
Mas veio a pergunta:
“- E a rede aí mano?”
“Ta funcionando ou caiu”
gritou-me lá da porta
Que resposta teria eu?
A vida ficou mais torta.
Porque teria uma rede?
Não era colônia de pescador!
Como poderia cair,
Se pendurada ninguém a notou?
Paguei pelo uso e saí
Procurarei por outra arte,
Pois naquela louca loja,
Só habitantes de Marte.
Minha mente estava sendo
Aos poucos dominada.
Já estava me tornando
Pessoa desorientada.
Termino a minha poesia
O Ninja se enrascou
Quando por curiosidade
Naquela lan rause entrou.
Obrigado caro leitor
Pela sua atenção
É bom que o vocabulário
Não seja tão pobretão.
Respeito toda cultura
Mas peço de uma vez
Fale e escreva bem
O idioma português.
GILVANIO CORREIA DE OLIVEIRA
itanhemninja@hotmail.com
ITANHÉM-BA,21/03/2009