HÁLITO DE CIO
Anulo a escuridão
nos sinais do pecado
que suja a alma de excitação.
Entre multidão fria
estou em mim escondido
no beco que sinto em mim vazio.
Sofro na fadiga
da sombra à volta das fogueiras,
ao olhar o fundo do meu arder a medo
que não me despe do alto do meu feitiço.
Pouso as mãos
em suspiros além dos cumes
dos perfumes do sentimento desvendado
nas entranhas das tentações sem raciocínio,
num oásis isolado na tradução de ser mortal.
Abandono
o meu peito no nada feito
que desliza no meu arrepio com hálito de cio.
Sufoco sem rumo
num gesto de fogo sem fumo,
onde quieto me escuto galgando
o meu luto permanente na voz solta
de um vulto que invoca o amor que desconheço.
Perco a visão no relento
preso no além do mais além
de um querer que me solta cúmplice
da noite e do mistério de quantas horas não dormi.
Acorrento-me a um pântano
de ansiedade adormecida no pesadelo
da realidade sonâmbula em fantasias perdidas
no labirinto do meu juízo até aos confins do que sinto.