GRITOS VÃOS
Terra, meu lar e prisão,
sítio de desatinos e crueldades
e de belezas ímpares !
seus filhos equivocados
duelam se rebelam se alvoroçam
presos a falsos conceitos sem ideais
rastejam sobre teu solo
perdidos e carentes de sentidos
mortos-vivos desenganados
constroem e se destroem em sucessivos erros
malogros e desdouros para sua própria raça
rechaçam a Natureza e te desperdiça
elencam fetiches e se aprisionam atrás de mitos
seus gritos e sussurros amortecidos reprimidos
a parte escura planetária seus fantasmas...
habitantes errantes perdulários
assassinos em nome da honra e da moral
acintes travestidos de comportamentos
seus filhos, nobre Terra, não te honram
não se veem não se entendem estão moribundos
cegos em labirintos descrentes de valores reais
nestes ermos padecemos nossas incúrias
purgamos as loucuras e vagamos alheios
erguendo fortalezas e acalentando os inimigos...
...tão íntimos !