Arrogância!
Teus ou meus encantos
Esvaem-se na inútil soberba
Na mesma dose de proporção
Da arrogância com sua ação
Porque a nossa simplicidade
Perde espaço nessa maldade
Que é o oposto da caridade
Onde uma deusa vira plebéia
Só se vê ali uma tosca fachada
Até nos versos está disfarçada
É um sinônimo do ser dissimulado
Uma cabeluda mentira maquiada
Como mulher que antes foi amada
Mas que trocou um amor decente
Por uma paixão qualquer conveniente
E assim deixou de ser a convincente
É um troca-troca dos delinqüentes
Que se dão ao desfrute e desplante
Num deboche impuro à sadia poesia
Para viver um romance como vadia
O bom poeta capta por sinergia
O quanto é infeliz essa meretriz
Pela sua artificialidade noite e dia
Chora e espirra água como chafariz
Aí malandro! Não enxuga essa lágrima
Deixe jorrar... Pela face cruel e maligna
Prefira conviver... Com quem é digna
E procure amar quem não te engana
Ah! E poetize até encontrar quem te ama!
Hildebrando Menezes