POÇO (Drogas Caminhos sem volta)
Olhos injetados de sangue, cegos e parciais
Brilho sinistro, zombeteiro
dentes escuros, arreganhados
veias a mostra
cérebro pulsando, em decomposição
cabelos arrepiados, espicaçados
ouvidos surdos aos clamores justos
retrato falado da sociedade
quando vista no espelho da nudez diária
cada dentada a raiva espelha
o ódio floresce
o amor é caótico
corre ácido corrosivo nos pulsos flácidos
o rei comanda o que lhe convém
os ramos abraçam os incautos
e...quem é pego de surpresa
impreterivelmente, dança
mas não adianta fugir
nas unhas afiadas ficarão fiapos de carne
este berro hediondo será ouvido
no fundo do poço.
Adeus