voar noturno
voar no sonho de mãos abertas
almeja a solidão desnuda de luz
que conduz o tempo da varanda
herança vulgar de pele e de sangue
no alto construir os ninhos da fala
fronteira que ultrapassa o sorriso
apenas na frase o olho existe
sonho triste o voo das abertas mãos
boca quem diz o ninho da língua
cansado aprendiz do céu noturno
unido ao olho a língua e a mão
ouvido atento ao exagero da luz.