Mar Morto

Rebate nos cantos

O açoite do vento

Coberto pelos mantos

De suaves momentos

No sopro de encantos

Cessado os lamentos

Das dores e prantos

Choros e lágrimas

Soltam-se as algemas

Libertos dos dilemas

Salvos dos dramas

Acendem-se as chamas

Nos seios que clamam

Na voz de quem ama

Compõe-se um poema

Desnuda a sua alma

Mergulha no mar morto

Do lado direito do torto

Na fúria do maremoto

Nada mais os conforta

Chutam forte à porta

Desafiam a própria sorte

Enfrentando a fúria da morte

Engolem seco a saliva

Dobram céleres as esquinas

Ensaiam as suas cenas

Dão as nádegas à vacina

E ele beija à sua menina

E poetizam as suas sinas

Na bruma, numa pena, na pluma

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 25/03/2009
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