Me Permitam a Loucura
Me permitam a loucura,
Mesmo que de forma transitória
A possibilidade de viver insanamente,
Abstraída da lógica de minha razão.
Pela simples necessidade de defesa,
Pela pura vontade da demência,
Deixar a incoerência me possuir,
Ser tolerante com minha contradição.
Talvez gritar minha voz aos meus ouvidos,
Perder todos os meus sentidos,
Me expressar por improvisos,
Viver um momento de transgressão.
Penso que a loucura em si
Não seja assim tão imprudente,
É apenas um modo franco e aberto
De negar o sim pelo não.
E talvez me julguem os normais,
Mas não é desvario ser incapaz,
Postergar o infortúnio para amanhã,
Quando possivelmente eu já esteja são.