UM QUARTO
No calabouço mais sujo
Com a angústia mais extrema
Um rato a flor da pele
A pele em carne viva
Dores e desejos
Desejos de dor.
Abraça seu corpo nú
E se vê n'outro canto
Ainda mais sujo
Se olha nos olhos
Senti pena de sí e ódio por isso
Se conforma em ser assim
Fecha os olhos e sofre
Com a dor mais intensa que já sentiu...
Mas de seu obscuro e sujo lugar
Não se ouve som algum
Nenhum pedido de socorro...
Nenhum clamor!